Leia ouvindo: Wanderer - Mogli 💭
Por viver em uma família que adora coisas materiais, o 'ter' demais sempre me assustou de forma avassaladora. Acúmulo de objetos, roupas e louças sempre foram algo que me deixava frustrado, e sempre surgia o questionamento em minha mente: por que ter tanto quando somos tão pouco e precisamos de bem menos?
Viver uma vida mais intencional transformou minha vida de maneiras que, muitas vezes, eu não consigo nem explicar. O excesso deu espaço ao pouco, e é esse pouco que desejo ter para sempre. Por diversas vezes perdemos o foco de ser quem somos, por pura aceitação ou validação social, sacrificando diariamente nossa verdadeira essência em busca de mostrar para as pessoas que temos um celular da atualidade ou uma roupa com uma estampa de marca à mostra. E de uma coisa tenho certeza: nós somos muito mais do que apenas uma classe imposta por uma sociedade hipócrita e vazia. Não importa se vivemos em uma classe mais alta ou mais baixa; a verdadeira riqueza está em desacumular todo o peso que carregamos por não demonstrar ser quem somos.
Por diversas vezes ouço críticas de pessoas que apontam o minimalismo como um ato de pobreza por querer viver com menos. E são nesses momentos que vemos onde de fato o coração da sociedade está exposto e com foco.
Viver uma vida escolhida pelo minimalismo me ensinou que a felicidade não está em ter diversos pares de sapato ou o carro mais atual. Também me ensinou que a felicidade não reside em ter grandes aportes, mas em apreciar tudo aquilo que já conquistei como pessoa. Desapegar de coisas supérfluas libera espaço não apenas onde residimos, mas também em nosso coração, tornando-o mais limpo, mais alegre e mais leve.
A sociedade a todo instante nos ensina e nos faz acreditar que a validação de outras pessoas é o caminho para ser uma pessoa realizada. Mas descobri que essa busca incessante por ser aceito por todos é um caminho sem fim, levando-nos à perdição, uma corrida desenfreada para atender aos julgamentos das pessoas e às suas expectativas frustradas. Sim, eles colocam sobre o próximo tudo aquilo que não enxergam nele.
Desde o início do minimalismo, percebi que o verdadeiro propósito da vida começa DENTRO de MIM, de que não preciso das pessoas para desejar ser quem eu sou de fato, de que não preciso demonstrar posses em busca de uma vida significativa.
Viver o minimalismo não se trata apenas de ter menos coisas materiais, mas de parar de viver crenças limitantes impostas pela sociedade, relacionamentos e amizades que não dão mais certo, compromissos desnecessários. É um processo lindo de aprendizado, simplicidade e autoconhecimento; tudo isso se torna a chave para viver uma vida mais plena.
Ao mudar minha vida em busca de abrir mão do excesso, descobri um novo sentido de liberdade para mim. Minha vida começou a ser mais leve quando aprendi a ser livre em relação às amarras que aprendemos com uma geração em que o foco maior está no material e a simplicidade se torna banal. Que possamos abraçar a essência do que realmente importa; ter menos é ser feliz com mais, não apenas com bens materiais, mas na construção de uma vida significativa e com experiências que nos trazem valor.
Com amor,
James.

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