Leia ouvindo: Burn Card - The Barr Brothers 💭
Eu me pergunto com frequência por que demonstrar nossos sentimentos parece ser algo visto como fraqueza ou até mesmo errado. A gente conhece alguém, abre o coração, cria uma conexão verdadeira, troca carinho, afeto, desejos e se encontra mais vezes. Aos poucos, esse envolvimento cria algo especial, mas, ainda assim, em diversos momentos, vejo por aí, em livros, vídeos, e principalmente nas redes sociais, essa ideia de que não devemos nos apegar, que mostrar o que sentimos é perigoso ou “feio”.
Mas eu não entendo o porquê disso. Por que seria errado mostrar quem a gente realmente é e o que desejamos ser? O apego é uma resposta natural, ainda mais quando a pessoa com quem nos envolvemos é incrível. Quem diz que não se apega está, no fundo, mentindo. A verdade é que, mesmo sem querer, acabamos envolvidos. E aí surge a dúvida: será que a vida é só feita de beijos e sexo casuais?
Sim, transar, ser feliz e aproveitar a vida é ótimo, mas quando isso vira um ciclo repetitivo, vazio, com pessoas diferentes, começa a perder o sentido. Pelo menos pra mim. Talvez seja só a minha visão, ou o desejo de que um dia vou encontrar alguém que seja leal aos seus próprios ideais, alguém com quem eu possa construir algo verdadeiro e duradouro. Talvez eu me ache diferente, quem sabe? Mas essa busca por algo mais, algo que vá além de uma troca momentânea de prazer, me faz questionar tudo.
O que me faz sofrer é que, sempre que me apego a alguém, principalmente quando a pessoa é incrível demais, acabo me machucando ao perceber que, no fundo, ela só quer uma experiência passageira. E eu permito que isso aconteça. O pior é que, lá no fundo, eu queria algo mais. Já tive amigos incríveis ao longo da vida, aprendi muito com eles, mas ainda sinto que há tanto a aprender sobre mim mesmo, sobre o que realmente desejo.
O que eu gostaria, de verdade, é que esse sentimento de que estamos todos apenas passando o tempo fosse diferente. Gostaria de encontrar alguém que somasse, que estivesse disposto a caminhar ao meu lado, mas sem que isso envolvesse um relacionamento aberto ou uma troca fácil por outro cara que tem um corpo mais sarado ou um rosto mais bonito.
Eu sei que o mundo hétero tem suas próprias particularidades, e nem tudo é perfeito lá também. Mas, às vezes, eu queria que as pessoas entendessem que o sentimento de amar, de ser fiel a si mesmo e aos seus valores, é o que existe de mais bonito. Amar de verdade vai além do físico, além do imediato.
Talvez um dia isso mude. Talvez um dia as pessoas percebam que querer um relacionamento sólido, onde exista respeito e cumplicidade, não é carência. É simplesmente a vontade de fazer algo dar certo, de construir algo real. EU CONTINUO ACREDITANDO NISSO. E, enquanto isso, sigo em frente, com a esperança de que, em algum momento, vou encontrar alguém que pense da mesma forma.
Com amor, James.

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