Acordei, e enquanto a mente tentava pensar em como seria o meu dia, você já estava lá, nos meus pensamentos. O segundo travesseiro ainda continua vazio, como quem espera por uma companhia que nunca chega, E ISSO É TÃO DOLOROSO. É um vazio que eu sinto e que vai além da presença física, vai além de qualquer toque ou abraço. É a saudade de algo mais profundo, quase intangível. Saudade de alguém que está tão perto e, ao mesmo tempo, tão inacessível.
As músicas que ouço ainda são as que lembram você. Sigo minha rotina, e é impressionante, pois cada passo que dou, uma lembrança de você invade o meu coração. Talvez seja porque tudo o que faço na minha rotina me faz perceber que temos uma rotina quase idêntica. E me pego pensando no que é, de fato, essa saudade. Talvez sejam as memórias de todas as conversas, das trocas, das mensagens, das fotos enviadas no simbolismo do nosso dia a dia e palavras que nem sempre dizem tudo o que queremos dizer. Me pergunto se estamos construindo algo ou se será mais uma amizade que surgiu, pela qual automaticamente acabamos nos apegando (algo que percebo ser inevitável) e que muito em breve desaparecerá, dando espaço para outra pessoa com as mesmas coisas.
Vejo que as pessoas mais incríveis que aparecem na minha vida parecem não durar, como se estivessem de passagem, ou então não demonstram os seus sentimentos por completo, algo que também entendo, já que nem sempre as pessoas precisam mostrar suas vulnerabilidades. E eu me pergunto por que é tão difícil expressar quem somos, por que é tão raro encontrar alguém disposto a se abrir, a construir algo verdadeiro e sincero. Parece que estamos sempre um passo atrás, escondendo um pedaço de nós mesmos.
Tenho tentado entender o que sinto, o que busco, e por que parece tão complicado realizar os sonhos mais simples. Mas dessa vez, decidi fazer diferente. Estou aprendendo a dosar, a mostrar quem eu sou aos poucos, porque percebi que quem realmente merece me ter precisa estar disposto a fazer parte dessa construção. Não é sobre exclusividade, é sobre valorizar. É sobre não permitir que o que ofereço, com tanto cuidado e sinceridade, seja tratado com descaso.
No fundo, acho que é isso. Não estou em busca de mais uma troca momentânea, até porque, se eu quisesse, existem baladas, pontos de encontros e aplicativos para isso. Estou buscando alguém que veja o valor do que compartilho, alguém que compreenda o peso de se entregar por inteiro, o poder de renunciar a muitas coisas em prol de viver uma vida a dois, e que saiba reconhecer o quanto já me doei e o quanto mereço ser tratada com o mínimo de consideração.
Com amor, James.

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